segunda-feira, 2 de abril de 2018

Número de pessoas com autismo aumenta em todo o Brasil


Um estudo divulgado pelo CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, revela que uma criança a cada 100 nasce com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os dados revelam um aumento no número de casos de autismo em todo mundo. Até há alguns anos, a estimativa era de um caso para cada 500 crianças. Com isso, estima-se que no Brasil existem dois milhões de autistas, e o que torna a questão mais grave é o preconceito e a falta de tratamento adequado. As pesquisas ainda revelam que os meninos são mais afetados pelo transtorno do que as meninas.
Segundo a Associação Brasileira de Autismo, em sua cartilha sobre o tema, o Transtorno do Espectro Autista caracteriza-se por alterações presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se define sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. “A tríade é responsável por um padrão de comportamento restrito e repetitivo, mas com condições de inteligência que podem variar do retardo mental a níveis acima da média”.
As causas do Transtorno do Espectro Autista são, até hoje, desconhecidas, mas acredita-se que tem sua origem em anormalidades (de origem genética) em alguma parte do cérebro, ainda não definida de forma conclusiva. Ainda de acordo com a cartilha da ABA, o autismo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida, mas é comum pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade anterior à manifestação dos sintomas.
Um dos principais problemas é o diagnóstico do transtorno. Como ainda não há marcadores biológicos e exames específicos para o autismo, o diagnóstico é clínico feito por meio de observação direta de comportamentos e uma entrevista com pais ou responsáveis.
Ângela Amaral, que é uma das fundadoras do Gaape (Grupo de Amigos dos Autistas de Petrópolis), conta que sua relação com o trabalho com os autistas começou quando descobriu que seu filho Hugo, hoje com 27 anos, nasceu com o transtorno. Ela conta que o diagnóstico só foi feito quando Hugo tinha 1 ano e 8 meses, pois em Petrópolis nenhum dos profissionais visitados foi capaz de dar uma resposta conclusiva a respeito do transtorno.
- Na época falavam que ele tinha um retardo, uma deficiência comportamental, mas nada de autismo. Muitos médicos ainda acreditavam que ele era surdo e pediram diversos exames, mas eu tinha certeza que esse não era o problema, pois meu filho gostava muito de música, - revela Ângela.
O diagnóstico exato só possível por meio de uma análise de um neuropsiquiatra, que atendia no Rio de Janeiro. Ele avaliou Hugo como autista clássico e também com hiperlexia, ou seja, era super dotado em leitura. Até então, esse diagnóstico não era uma novidade, já que muitos autistas têm capacidades para desenvolvimento de leitura, pensamento lógico, falam idiomas com facilidade, mesmo sem ter aprendido, dentre outras habilidades.
- Hugo é meu primeiro filho e ao saber do diagnóstico meu chão abriu, mas disse ao médico que estava disposta a ajudar meu filho a ter qualidade de vida. Com isso, fui buscar informações sobre o Transtorno do Espectro Autista e também procurar ajuda de especialistas fora de Petrópolis. Em Juiz de Fora achei o tratamento adequado para o caso do Hugo e os resultados apareceram em pouco tempo, - explica Ângela.
Ângela conta que os tratamentos devem ser feitos para sempre e, graças ao acompanhamento constante dos especialistas, Hugo continua apresentando progressos. “O único apoio de que tive foi de outros pais, que também tem filhos com autismo e, a partir daí, surgiu a ideia de criar o Gaape (Grupo de Amigos dos Autistas de Petrópolis), que acabou tornando-se referência em todo o estado do Rio quando se fala sobre tratamento do Transtorno do Espectro Autista. Todos os autistas têm muita capacidade de desenvolvimento, basta apenas ter muito estímulo e o tratamento adequado”, conclui.
Tipo de Autismo
Por ser um espectro, o autismo engloba vários e diferentes níveis de funcionamento e transtornos, tais como: Autismo Clássico, Síndrome de Asperger, Autismo Atípico, Autismo de Alto Nível Funcional, Perturbação Semântica-Pragmática, Perturbação do Espectro do Autismo (ASD).
Tratamento
O tratamento para o Transtorno do Espectro Autista envolve profissionais multidisciplinares, por meio de intervenções psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e comunicação. Cada paciente é avaliado e tem um programa específico a ser seguido, de acordo com suas necessidades. Alguns dos profissionais envolvidos no tratamento são: psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e educadores físicos.
Fonte: APAE BRASIL - Federação Nacional das APAES

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